Bem-vindos(as)! Tirem os sapatos e fiquem à vontade. Aqui, o blog também é de vocês.

fevereiro 22, 2011

Culpa

Classificação e gênero


- ORIGINAL
- K, Drama


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   Culpa

  Lamentava-se pelo erro que cometera. O travesseiro estava marcado pelo selo da tristeza. Ele sempre esteve lá, e não o via. Ele sempre a aconselhava, e nunca o ouvia. Ele sempre amou sua pessoa, e jamais lhe deu atenção. Não mais teria seu apoio. Não mais teria seus braços reconfortantes. O amava, contudo, descobrira isso tarde demais. Ele estava morto. A carruagem na qual viajava deslizara vale abaixo. As madeiras partiram-se em múltiplos pedaços transformando-se em perigosas estacas. Todos morreram: ele, o cocheiro e os pobres cavalos. A culpa era sua. Se não tivesse brigado com ele, não teria partido e essa desgraça não ocorreria.

  Palavras duras e odiosas saíram de seus lábios. Como não notara que ele a observara completamente magoado? Idiota! Como pudera ser tão tola a ponto de desprezar aquele que sempre a amou?

  Há dois dias havia descoberto seus sentimentos. Há dois dias ele partira. Há dois dias seu amado farfalhava as próprias asas celestiais.

  - Eric... Deus, o que foi que eu fiz? Daria qualquer coisa em troca de alguns últimos minutos ao seu lado... Eric, eu sinto muito...

  A voz feminina, embargada pelo choro de longas horas, murmurava preces e apelos de desculpas. Sabia que nada adiantaria lamentar-se agora. Isso não o traria de volta. Não sentia disposição em continuar sua rotina. É incrível como a morte de alguém altera o rumo dos destinos. Um alguém que acreditava não fazer a menor diferença em sua vida.


***


  Despertara com a repentina claridade em seu quarto. A luz amarelada extinguiu-se tão subitamente quanto chegou e a imagem de um homem com extensas asas brancas postava-se junto à janela.

  Cabelos castanho-claros, olhos intensos e profundos da mesma cor. Feições carinhosas e físico bem trabalhado. Lágrimas umedeceram sua face diante o reconhecimento do ser celestial.

  - Não chores mais, Taylor. Estou aqui. – aproximou-se do leito à sua frente. – Não há mais motivos para que elas interfiram em tua beleza, neste momento. – sentou-se na cama e cariciou o rosto da amada.

  - Eric... eu...

  - Shhhh... não diga nada... todo o teu sofrimento é escutado no Reino do Céu. – trouxe a moça junto ao seu corpo, acariciando os longos cabelos negros, enquanto aliviava sua dor chorando no ombro do amado, molhando a túnica esverdeada. – Ele ouviu todas as tuas preces e consentiu-me visitar-te.

  - Por quanto tempo? – indagou sem fitar seus olhos.

  - Um quarto de hora.

  - Apenas um quarto? – abraçou-o mais forte.

  - Não é permitida a presença de arcanjos no plano terrestre. Tu és especial, Taylor. Ele teve piedade de ti. – com dois dedos, ergueu seu queixo forçando um contato visual.

  - Ainda me amas? Por isso vieste?

  O tímido beijo fora o suficiente para dispersar suas dúvidas. Taylor apoiava os braços nos ombros do anjo, enquanto este enlaçava sua cintura com seus membros superiores, aprofundando o ósculo. Acariciava os fios curtos cor de cobre delicadamente. Sentia as mãos celestiais percorrerem sua coluna. Apartaram o beijo quando a moça necessitava de ar. Eric apreciava a visão de Taylor levemente corada e ofegante. Sorrindo, com as pontas dos dedos, contornou os traços faciais da amada.

  - Amo-te tanto que seria teu mentor se pudesse. Todavia, tu já tens um.

  - Seu eu não tivesse dito aquelas palavras, tu ainda estarias vivo e viveríamos juntos.

  - Taylor, pára de te culpar. Foi apenas um acidente. Nada é por caso, minha amada. Para tudo há uma razão de acontecer.

  - E qual foi a razão de teres deixado este mundo?

  - Sinto dizer, mas não posso contar-te. Tudo no teu tempo certo, querida.

  O badalar de um sino soou ao mesmo tempo em que a luz amarelada ressurgiu.

  - Devo-me ir agora. Não esqueças: estarei eternamente presente em teu coração. Prometa-me que seguirá tua vida, mesmo depois de eu ter partido.

  - Não posso fazer isso. Trairia tua pessoa.

  - Minha pessoa não existe mais. Quero que sejas feliz, Taylor. Ainda és jovem e atraente. Siga tua vida e não pára por minha causa. Não vivo mais neste mundo. Não pensa no 'se', não faz bem para a alma.

  - Está certo. Prometo seguir minha vida.

  - Amo-te.

  Com um suave beijo, o arcanjo retorna ao seu novo mundo.

  - Eu também...

  Deitou-se novamente em seu leito, agora com a certeza de que finalmente dormiria em paz.


 
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  Hi everybody!

  Hoje, como não fui às aulas da faculdade - devido a crises e mais crises de febre durante a noite, terrivelmente mal dormida -, decidi fuçar nas tralhas do meu computador e fazer AQUELA limpeza que só lembramos de fazer quando o rendimento do eletrônico caí para abaixo do nível insatisfatório. Dentre os lixos que vasculhei, encontrei esse pequeno texto. Lembro que o fiz em 2007, durante uma das aulas de Física na sala de Smartboard do colégio. Me trouxe muita nostalgia do tempo em que os estudos só serviam para passar de ano e receber recompensa monetária dos pais por causa disso. Sinto falta da convivencia rotineira com meus amigos, as fofocas eventualmente escutadas pelas meninas enxeridas da sala e os momentos tensos dos garotos populares a se exibirem à frente da turma nos intervalos entre aulas.

  Espero que gostem do escrito, mesmo que ele não tenha nada a ver com minha saudade.

  Beijos a todos

fevereiro 15, 2011

Long Night

Classificação e gênero

- ORIGINAL
- PG-15, Lime, Yaoi, Romance

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Long Night

Jogado no sofá da sala, se lamentava por tudo o que havia acontecido. As garrafas com conteúdo alcóolico lhe faziam companhia como se fossem suas melhores – e únicas – amigas. As coisas deram errado pela enésima vez, isso porque não tinham nada oficializado. Se tivessem algo de verdade, talvez nada daquilo houvesse acontecido. Talvez.

Fora visita-lo em casa para fazer uma pequena surpresa. Sentia-se sozinho e queira companhia. Não qualquer uma, mas, sim, a dele. Conseguira uma cópia das chaves com sua permissão, achando que fosse uma prova de confiança ou até mesmo Amor. Doce sonho. Adentrou à casa e estava tudo em um breu misterioso, com exceção da luz do quarto, na qual escapava pela fresta inferior da porta fechada. Uma desconfiança lhe abateu juntamente com a curiosidade, lhe impulsionando a seguir em frente, tocar a maçaneta e girar silenciosa. Ah, como se arrependia por isso. Deparou-se com ele aos beijos vorazes com outro homem e, com certeza, se não tivesse interrompido, os amassos iam muito mais além, uma vez que ambos se encontravam sem camisa, jogados na cama espaçosa, e as braguilhas abertas, revelando o que a peça íntima tentava em vão ocultar em seu tecido.

O susto fora tão grande que sua presença fora descoberta. Envergonhado com o que vira, enciumado pela outra pessoa e principalmente com raiva de si mesmo por acreditar em palavras que só foram ditas em sua imaginação, tornou a fechar a porta e correu para fora daquele apartamento, com as lágrimas já banhando seu rosto e a dor comprimindo seu peito em cada arfar agoniado. Seguira diretamente para sua residência e ali se refugiara por longos dois dias. Recebera diversas ligações dele, mas não atendera nenhuma, com ressalva da vez em que ele lhe telefonara e deixou em sua secretária eletrônica, palavras grosseiras em respeito à sua atitude, teoricamente, infantil de ignorá-lo. Naquele momento, tomara posse do telefone, antes mesmo que ele desligasse, e despejara “ene” pensamentos que há tempos estavam entalados na garganta, prontas para serem pronunciadas a qualquer hora. Discutiram no modo impessoal, usando as palavras mais agressivas que encontravam como golpes mortais em uma luta invisível. E até o dado instante, não conseguia se esquecer da última coisa dita por ele de modo tão sutil e delicado como um elefante dentro de uma joalheria.

“Não aguento mais sua sensibilidade. Você não passa de uma criança que só quer chamar atenção por ser egoísta e orgulhoso. Já chega disso. Terminamos por aqui, Mike.”

Um instante de silêncio pesado pairou no ar e tudo o que conseguira responder na hora foi um simples “Ok” embargado pelo pranto que começava a se acumular nos olhos outra vez. O choro iniciou forte e dolorido após encerrar a ligação, persistindo durante dias, quase a completar duas semanas. Nesse meio tempo, o álcool lhe fizera companhia assim como o silêncio de sua casa. Costumava manter a mente ocupada no trabalho durante o dia até o final do expediente, mas logo encontrava-se no mesmo sofá de couro, as mesmas garrafas vazias acumuladas com o tempo de tristeza e o mesmo sentimento de abandono e desilusão.

Doía demais pensar que fora enganado pelo seu próprio coração. O amava, mas não era retribuído. Fora burro o suficiente para se deixar levar pelo sexo que não envolvia mais nada além da satisfação carnal. Como era idiota em pensar que ambos faziam por Amor. Tudo o que fazia desde então era embriagar-se ao ponto de não ter forças para se manter consciente, sendo abençoado por um sono sem sonhos e amnésia das últimas oito horas no dia seguinte. Estava quase fechando os olhos, preparado para mais uma madrugada tranquila após a bebedeira, quando fortes batidas na porta o sobressaltaram.

Mike permaneceu quieto, deitado no sofá onde estava, virando o rosto para o lado oposto à entrada principal, aguardando que seu visitante indesejado desistisse e se convencesse de que não havia ninguém em casa, principalmente pela escuridão em toda moradia. Mas a pessoa não se fora. Aliás, ela tinha a chave da porta e por isso já invadia seu abrigo solitário sem sequer pedir permissão, estancando no lugar ao dar dois passos para o interior e acender as luzes. Mike gemeu incomodado e instintivamente cobriu os olhos com o braço amolecido.

- Mas que porra você está fazendo? – Mike ouviu a voz familiar na qual desejava nunca mais escutar.

- Não é da sua conta. Vá embora. – praguejou incomodado, virando-se para o outro – Você não é benvindo, Brian.

- Eu sinceramente achava que você fazia algo de útil quando voltasse do trabalho, mas ficar bêbado e imundo era a última coisa que esperava encontrar.

Brian tinha cabelos curtos, na altura das orelhas, e escuros como a noite. A tez era clara e os olhos de um castanho tão claro que tendia ao mel. O rosto geralmente expressava imparcialidade e frieza, mas naquele momento, Mike não sabia dizer se era real ou apenas efeito do alto teor alcóolico no seu sangue, ele parecia estar preocupado.

- Era só não ter vindo pra cá, idiota. H-hey! – protestou surpreso ao ser agarrado pelos braços e apoiado no corpo do outro, a lhe conduzir para outro cômodo da casa, chutando algumas das garrafas para o lado – Me solta, imbecil!

Em um acesso de raiva, Mike empurrou o moreno com força, o que só serviu para o seu próprio desequilíbrio devido a bebedeira. Cambaleou para trás até as costas baterem na parede do corredor, permanecendo de cabeça abaixada e um pouco distante dele. Brian apenas o observou calado, podia sentir o peso naqueles olhos maravilhosos, mas não se deixou abalar, não desejava iludir-se mais uma vez.

- Você precisa de um banho frio, Mikael. Despertar dessa embriaguez constante que não faz bem para a saúde.

- Virou meu médico agora? Depois de tudo o que me falou por telefone e ainda mais o que vi na sua casa da última vez, se acha no direito de se importar com o que eu faço? – retrucou com a voz eleva e o queixo empinando-se em um falso ar de superioridade – Quer saber mesmo o que eu penso? Se você é um idiota, eu sou mais ainda por te amar e não fazer disso um segredo para você. Nunca fui tão imbecil de achar que nossas fodas não passavam disso: fodas! Você é inteiramente culpado pelas coisas que sinto e eu sou um completo retardado de acreditar nas minhas próprias fantasias, me perdendo em uma ficção onde meus sentimentos são retribuídos de igual forma. E quer saber de mais uma coisa?! – praticamente gritou a pergunta, onde a voz já falhava consideravelmente, dando espaço para os soluços entristecidos e a presença das lágrimas que nos últimos dias se tornavam cada vez mais frequentes – Você assumiu claramente que tínhamos, sim, alguma coisa a partir do momento em que decidiu terminar comigo! Porque ninguém é idiota de acabar uma coisa que nem se quer começou, não é? Chega, Brian! O que ainda está fazendo aqui? Disse para você ir embora!

- Não! Agora quem vai falar sou eu!

A voz imperativa e irritada de Brian sempre fazia suas pernas bambearem pelo simples fato do tom de voz engrossar duas oitavas. Mike arfou involuntariamente e abaixou a cabeça, com isso, pode sentir o aproximar no moreno e a junção de seus corpos quando o mesmo apoiou as duas mãos na parede, uma de cada lado da cabeça.

- Vim aqui com cara e coragem para desabafar tudo aquilo que eu vinha sentindo desde nossa última conversa. Estou disposto mesmo a deixar meu orgulho de lado e ser totalmente sincero com você.

Com a pausa que se seguiu, Mike ergueu os olhos chorosos para Brian e só então reparou o quão próximos estavam. Os narizes quase roçavam e podiam sentir as respirações nos lábios um do outro.

- A verdade é que eu me preocupo, sim, com as coisas que você faz, diz ou pensa. Me sinto feliz quando sou alvo de sua atenção e admiro muito a facilidade que tem de me manter concentrado somente em sua pessoa por horas a fio. Nesse meio, percebi o quanto você me fazia falta. Não importa com quem ou quantas pessoas nós transamos, eu usava esse artifício para jogar o seu jogo, fingir que não me importava com você e que poderia muito bem viver minha vida independente da sua. Mas isso agora é impossível, porque cada um que dividia minha cama, minha mente imaginava você no lugar dela e tudo o que eu mais desejava é que isso fosse realmente verdade.

Mike soluçou mais forte e abraçou o moreno com força, molhando o ombro com seu choro quase compulsivo. Brian retribuiu, apertando-o contra seu corpo, afagando os cabelos daquela maneira que tanto gostava, um gesto íntimo que, Mike sabia, pertencia somente a eles. Chorou o resto de lágrima que ainda sobrava, sentindo o corpo estremecer com os espasmos emocionados, agarrado à camisa do moreno.

- Eu te amo...

Brian sorriu com a frase e tocou o rosto de Mike com um carinho singelo, único. Dessa forma, o fez encará-lo nos olhos, que logo se fecharam ao ter os lábios tocados por aquele beijo que tanto os enlouqueciam. Iniciado com calma, logo já estavam se devorando e retirando as roupas para no instante seguinte encerrarem aquele assunto de uma vez por todas. Por mais que o orgulho entre eles fosse grande, bastava um simples movimento do outro para todas as barreiras irem ao chão e assim amarem-se da forma correta, retribuindo os preciosos sentimentos que por muito tempo ficaram calados.


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Hi everybody!
Faz como nova atualização, uma oneshot fofinha, do jeito que eu gosto, baseada em uma fic de Cavaleiro do Zodíaco que li no Fanfiction.net. Achei muito comovente os sentimentos abordados nela e a forma como tudo foi revelado. Ela me proporcionou um pequeno surto de inspiração e por isso acho bem justo colocar o link da fic original. Justamente para não haver problemas com plágios e críticas, abordei o mesmo tema em um contexto diferente, usando personagens originais, não desmerecendo a qualidade da outra autora. Espero que me compreendam e não me julguem de forma negativa.

http://www.fanfiction.net/s/6305409/1/Through
É uma história dramática e ainda assim muito bonita. Eu, particularmente, gostei muito.

Beijos a todos.


fevereiro 06, 2011

Decisão

  Classificação e gênero

  - ORIGINAL
  - G/K+, Drabble (quase), One-shot, Romance.
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  Decisão

  Acusada de heresia, ela correu o quanto suas pernas podiam agüentar. Todos naquela cidade iam contra seus princípios, culpando-a pela prática de bruxarias e pactos com demônios. Pega em flagrante, em pleno ritual próximo à entrada da floresta, Katrina fugiu, com sua longa saia escura a esvoaçar a cada passada rápida. Adentrou a um beco da cidade, fugindo da multidão enfurecida, mas logo se deparou com um muro alto a lhe impedir de fugir. Arfante, a ruiva tentou o caminho de volta, mas era tarde demais. Fora descoberta.

  - Lá está a bruxa! – gritou alguém.

  - Apedrejem! – sugeriu um.

  - Capturem! – retrucou outro.

  Não importa o que fariam depois, primeiro precisariam encurralá-la e era isso o que fariam. Pé ante pé, avançavam em direção à mulher e Katrina se sentia cada vez mais desesperada. O busto farto subia e descia desesperado acima do corpete negro sobre a camisa branca e rendada no final das mangas longas. Seu destino estava próximo, tinha certeza. Morreria queimada em praça pública para servir de exemplo aos hereges. Sem ter para onde fugir, a mulher dos cabelos tão vermelhos quanto o sangue escorou na parede fria e levou a mão ao medalhão pendurado em seu pescoço, iniciando uma prece forte para podê-la livrá-la daquela situação. Suplicar pela vida é o impulso de qualquer ser humano em sã consciência.

  Eles se aproximavam cada vez mais. Quando a distância entre eles reduziu até cinco metros, Katrina fechou os olhos amendoados e esperou pelo pior, mas tudo o que ouviu foram gritos agoniantes e o som de corpos caindo no chão, acompanhados de correrias e mais gritarias. Teria sua magia dado certo? O pedido de ajuda fora atendido? Não tinha coragem de abrir os olhos, tamanho o seu pavor, apenas aguardando o seu trágico fim, que nunca veio. Estremeceu quando uma voz baixa e grave invadiu seus ouvidos, a despertando para a realidade.

  - Todos merecem uma segunda chance...

  A íris clara da bruxa finalmente foi revelada e ela encarou a figura masculina à sua frente, percorrendo, com a língua, o fio de uma espada japonesa na intenção de retirar todo o vestígio de sangue ali presente.

  O homem continha traços orientais e uma tez próxima ao pálido, mas ainda assim não chegava a tanto. Os cabelos negros e lisos caiam em seus olhos igualmente escuros, ocultando-lhe parcialmente a visão e dando um ar misterioso. Um sorriso brotou dos lábios finos ao perceber tamanha análise da parte da mulher e assim eles se moveram graciosos e hipnotizantes.

  - Você está bem? – indagou assim que guardou a katana na bainha.

  O olhar da bruxa foi além do homem à sua frente, confirmando os corpos caídos a empapar o solo com a beleza do pigmento vermelho presente na hemoglobina. Engoliu em seco. Não sabia se era bom ele ter aparecido ou se a situação de agravara. Um tanto receosa, ela respondeu à pergunta.

  - Estou... Eu acho. – sorriu amarelo – Obrigada, Ryuu...

  O sorriso dele se alargou mais ainda a ponto da ruiva conseguir ver os caninos ligeiramente maiores do que o padrão humano. Ele se aproximou e lhe tomou a mão com graça, beijando-lhe as costas.

  - Quanto tempo, não? Se tivesse vindo comigo, não estaria em maus lençóis. – falou o japonês com serenidade.

  - Eu sei, mas... – não tinha como explicar aquele fato, então, recolheu-se ao seu silêncio.

  - Ouvi seu chamado. Sua magia se fortalece cada vez mais, Katrina. Estou impressionado. – elogiou sincero. Ao vê-la ainda em silêncio, prosseguiu, aproximando-se mais ainda – Eu disse que iria esperar o quanto fosse necessário. – ele envolveu o corpo feminino em seus braços, e tocou-lhe os cabelos com graça – Ainda aguardo ansioso por sua resposta...

  O coração da bruxa pareceu falhar uma batida quando sentiu os lábios gélidos a percorrer seu pescoço suavemente. Era sempre assim todas as vezes em que ele aparecia. Não precisava de muito para sentir suas barreiras irem ao chão, só a simples presença do vampiro era suficiente. Katrina suspirou deliciada quando os beijos desceram para o seu colo parcialmente desnudo.

  - Ryuu... – chamou em um sussurro, com os olhos fechados, a degustar daquele maravilhoso momento após tantos anos de afastamento.

  O vampiro entendeu o recado, por isso, no instante seguinte, já estava aos beijos com a humana daquela maneira única que somente os dois sabiam fazer. Se dependesse dele, fariam amor ali mesmo, contudo, não era o lugar e nem o momento apropriado para isso. O moreno, após longos minutos de uma incansável batalha entre suas línguas, sugou o lábio inferior da ruiva em um último gesto antes de se afastar.

  - Tanto tempo longe de você e mesmo assim, consegue aquecer o coração frio que reside em meu peito. – murmurou, contendo o desejo de tomá-la para si assim ao se deparar com o brilho nos olhos amêndoas da mulher em conjunto com o rosto corado pelo prazer – Katrina... Seja minha... Viva comigo e nunca mais correrá perigos como os de hoje... É torturante vagar as noites com a sua indecisão martelando minha cabeça.

  - Não diga mais nada... – interrompeu a bruxa, pousando o indicador sobre os gélidos lábios – Eu já tomei a minha decisão. Não sabe a falta que senti nesses últimos anos. Aconteceram tantas coisas que, agora, não vale a pena ser narrado. – Katrina o abraçou com carinho enquanto sussurrava em seu ouvido – Se for para morrer, que seja por suas mãos. Renascerei ao seu lado e enfim quebraremos as barreiras que nos impedem de ficar juntos.

  - É tão bom poder ouvir isso...

  Ryuu sorriu largo e uma vez mais beijou sua amada. Seus lábios, mais uma vez, se direcionaram ao pescoço delicado e ali pressionou seus caninos afiados. Um gemido de dor escapou da garganta da ruiva enquanto drenava-lhe o sangue em grandes goles, iniciando, daquela forma, uma nova vida ao lado daquela por quem tanto esperou e lhe reservou uma verdadeira felicidade. Quando o corpo mortal desfaleceu, o vampiro carregou-a em seus braços e fugiu dali quando passos apressados se aproximavam, certamente para dar reforço àqueles humanos que já pereceram. Terminaria a transformação em um lugar mais seguro e lá, provavelmente, estrearia a vida da nova vampira com uma adorável noite de amores.




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  Nota da história:
  Apenas queria dizer que decido essa história a Déco, porque foi graças às lembranças que tivemos juntos, no quesito de histórias, RPG e coisas do gênero, fez com que uma luz brilhasse na minha mente e, assim, pudesse criar esse texto. Sinto saudades dos nossos tempos de criação e as merdas que falávamos um para o outro. Déco, os personagens são os mesmos que nós criamos, apenas mudaram de nome (e sexo) para eventual transformação do espaço e tempo que eles vivem. Tenta adivinhar quem é o vampiro e quem é a bruxa /alok. Te amo, flor do meu jardim. ;D

fevereiro 01, 2011

Luxúria

Classificação e gênero

- ORIGINAL
- R-18, Hentai, PWP
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  Luxúria

  Ele devorava a sua boca de maneira quente e maliciosa e ela enterrava seus dedos nos fios sedosos e acastanhados do namorado, puxando-os para trás. Conseguira apartar o beijo para tomar um pouco de ar, mas logo teve o pescoço atacado pelos lábios ansiosos que extraiam gemidos baixos. O rapaz ocupou-se em explorar todo o corpo curvilíneo delineado pelas roupas justas e de difícil remoção. Puxou os laços que prendiam o corpete, realçando os seios, quase num desespero. Estava excitado e louco para possuir o corpo da amada, mas teve o seu ato impedido pelas mãos femininas.
- Não... Pára... Aqui não! – pediu suplicante, em meio às respirações desreguladas, mirando os olhos castanhos enegrecidos de desejo.
- Agora eu vou até o fim... – sussurrou mordiscando-lhe o queixo e descendo beijos pelo pescoço.
- Leo... Alguém poderá nos ver...
- Não me importo... Ninguém teria coragem de interromper...
A loira teve pouco tempo para ponderar a situação, pois logo a língua do rapaz invadia sua boca mais uma vez, com voracidade. Suas mãos grandes abandonaram o meio das grossas e sensuais coxas para se ocuparem com o laço principal no qual fechava o corpete. Agnes poderia usar aquilo em qualquer dia, mas não. A maldita resolvera que hoje era uma excelente oportunidade de desfilar com as roupas novas. Tinha certeza que ela sabia o quanto aquelas coisas só estimulavam mais a excitação de um homem. Ela só podia estar fazendo aquelas coisas de propósito. Ah, mas ela teria o seu castigo. Não deixaria barato.
- Puta que pariu! – praguejou já nervoso – Por que você faz isso comigo, bosta? – a ouviu rir em divertimento, misturado com sedução.
- Será que é porque eu adoro te ver assim? – Leonardo levantou a cabeça e a encarou, confuso. A loira deslizou o indicador da testa aos lábios vermelhos do namorado, passando pela ponte do nariz com uma lentidão absurda para aquele momento – Louco por mim... – completou com um sorriso sádico.
- Vadia... – murmurou da boca pra fora, no mesmo instante em que o nó simples foi desfeito e a peça de roupa removida – Agora você vai ver...
Ele fez menção em atacá-la mais uma vez, porém, Agnes foi mais rápida. As mãos de dedos longos e finos percorreram o corpo maior que o seu desde o tórax até o cós da calça, habilmente afrouxando a fivela do cinto e assim tendo acesso ao botão e ao zíper. Em pouco tempo, tocava a ereção pulsante por dentro da roupa íntima, sentindo o quanto a glande estava umedecida. Deliciou-se com os roucos sons embriagados pelo desejo quando escapavam da garganta masculina a cada movimento rápido que suas mãos faziam durante a masturbação. A expressão de puro deleite estampada no rosto de Leonardo a fazia querê-lo mais ainda.
Em um grunhido desesperado, o rapaz finalmente conseguira deixá-la totalmente nua da cintura para cima. Os seios fartos tremiam um pouco por conta do esforço que sua dona fazia com os braços na intenção de agradá-lo. Mordeu o lábio inferior e não se conteve em ficar apenas olhando. Sua boca explorou o colo desnudo e a língua circulou o mamilo direito, conseguindo um gemido abafado como prêmio de consolação para tanta luta em retirar as roupas femininas. Ela segurava seus curtos cabelos a cada carinho e quase gritava com as mordidas suaves distribuídas em uma região tão sensível. Agnes segurou a camisa branca do namorado e a puxou para cima, descartando-a em qualquer canto pouco tempo depois. O que já estava “ruim”, ficara “pior”, pois ela se aproveitou das suas unhas longas. Castigou as costas úmidas de suor com um belo arranhão, daqueles que deixam o rastro avermelhado do atrito. Aquilo fez uma descarga elétrica cruzar sua espinha, o fazendo puxar mais o corpo da namorada para si, apertando seus glúteos com gosto, para descontar um pouco da excitação.
A garota ergueu a cabeça com aquela deliciosa tortura provocada em seus seios. Os bicos despontavam duros, denunciando o seu estado. Ofegou quando ele segurou seus punhos acima de sua cabeça com uma mão só enquanto a outra mão explorava seu corpo curvilíneo até chegar ao feixe da calça. Sentia a vagina bem úmida, tanto que suas coxas se esfregavam uma na outra na vã tentativa de conter-se. Logo seu jeans deslizava por suas pernas, juntamente com a peça íntima, e seu sexo era acariciado pelos dedos grossos. Leonardo proporcionava carinhos com movimentos circulares ao redor da entrada tão receptiva, ouvindo-a soltar um grito prazeroso quando foi penetrada pelo dedo médio.
- Ahn... Leo... Por favor... – a súplica erótica, próxima ao ouvido, fez o pênis pulsar excitado.
- O que quer? Diga... – retrucou, ousando percorrer a orelha com a ponta da língua, chupando o lóbulo.
- Você...
Não demorou muito para que ele a erguesse do chão e a carregasse para a cama. Estava sem paciência nenhuma para prolongar ainda mais as preliminares. Beijou-a com carinho quando ela o abraçara com braços e pernas, enquanto ele se deitava sobre seu corpo. O preservativo foi posto e agora pôde ouvi-la suspirar durante a penetração calma e cautelosa. Apesar da impaciência e excitação, prezava o bem estar da amada e não queria que ela sentisse dor em um momento tão importante, apesar de não ser a primeira vez. Após alguns segundos de trégua, entre beijos e carinhos, deu-se início aos movimentos de vai e vem.
Aos poucos o ato se intensificava naturalmente de acordo com as necessidades de ambos. Agnes ofegava forte enquanto seu corpo chacoalhava a cada nova invasão. Como castigo pelo que havia feito, o namorado a estocava com brutalidade, retirando o pênis quase por inteiro e penetrando-a com força em seguida. Não era ruim e muito menos incomodava. Estava adorando tudo aquilo. Gostava do sexo selvagem. Adorava a submissão perante Leonardo. Em sua opinião, era um jeito de demonstrar o quanto amava. Um filete de saliva escorria de sua boca ofegante e inquieta ao mesmo tempo em que mordia o lábio inferior, querendo conter seus quase gritos. Deu graças quando o namorado a beijou. Diferente da possessão das outras vezes, esse era calmo, cúmplice e apaixonado. Ele a fez se esquecer, por alguns instantes, as preocupações do dia-a-dia.
Leonardo acariciou o corpo esbelto sob si e buscou pela mão delicada, entrelaçando seus dedos aos dela, em um gesto afetuoso, ao encontrá-la. Desceu beijos pelo pescoço e tórax, voltando a estimular os mamilos da loira com a boca, alternando entre chupões e mordidas, na clara intenção de deixá-la no ápice da loucura. Em um dado momento, afastou-se dela só para ajeitar-se melhor na cama. Seu abdome protestava um pouco pelo exercício repetitivo, clamando por descanso. Sentou-se no leito e logo a trouxe para si, porém, ela rejeitou.
- O que foi? – a pergunta saíra em um sussurro cansado e um sorriso terno foi sua resposta.
O moreno gemeu baixo quando percebeu o que ela queria. Agnes removera a camisinha e logo colocara o pênis do namorado na boca, sugando-o com vontade. Seus cabelos foram segurados com força, algumas vezes acariciados. Sua língua pressionou e circulou a ponta sensível do membro, “mamando-o” gulosamente, sentindo o corpo masculino dar espasmos de prazer.
- Louca... Vou gozar desse jeito... – anunciou ao segurar-lhe a cabeça, obrigando-a a se afastar.
Ele a beijou mais uma vez, não ligando em gastar mais uma camisinha. A fez sentar-se sobre si e, assim, amaram-se por longos e, aparentemente, intermináveis minutos. Seus corpos não agüentavam mais, necessitavam de alívio imediato. Pousou as mãos na cintura fina, ajudando-a a cavalgar sobre si ao empurrá-la para baixo.
Agnes o abraçou com força, deixando o busto avantajado comprimirem-se entre eles, contudo, devido ao suor de ambos, ele escorregava pelo tórax largo do namorado. Sentia o pênis deslizar em sua entrada de forma frenética, tocando-lhe a parte mais sensível do seu interior. Ele parecia fazer questão de movimentar-se junto só para que aquela região fosse estimulada mais e mais vezes, extraindo vários grunhidos e gritos de sua garganta.
Beijaram-se como nunca e ele só foi interrompido quando ambos chegaram ao orgasmo. Ele explodiu em jatos de sêmen, guardados protetoramente pelo preservativo eficiente, enquanto ela respirava forte e apoiava a cabeça no ombro do amado. O moreno afagou os fios claros com carinho, segurando-a em seus braços. Caíram na cama, com ela por cima, que logo se ajeitou no corpo bem trabalhado e reconfortante, sentindo carinhos ao longo de seu dorso.
- Eu te amo... – sussurrou para o namorado, alisando o peito.
- Eu também te amo... Agora descanse um pouco, será um longo dia amanhã.
Para eles, não importava lugar ou situação, só em estarem juntos valia todo o sacrifício.      


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