Bem-vindos(as)! Tirem os sapatos e fiquem à vontade. Aqui, o blog também é de vocês.

julho 20, 2011

Dor

Classificação e gênero

- Original
- Drabble, K+

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Tema: Dor
Durante a sessão de filmes em casa, ela se encontrava calada e cabisbaixa. Quando resolvia compartilhar os comentários do marido, falava baixo, massageando a têmpora.
- Algum problema? – perguntou preocupado. – Está se sentindo bem, querida?
- Dor de cabeça.
Ele a abraçou e beijou-lhe os cabelos.
- Tem alguma coisa que eu possa fazer, além dos remédios?
- Bem... – fingiu pensar.
Ela sorriu em malícia e o abraçou, logo capturando os lábios do moreno de forma voraz. Com os toques ardentes e provocantes, em instantes, o incômodo passou, dispensando medicamentos, uma vez que técnicas tântricas podia ser a melhor solução.


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Total de palavras: 100


julho 17, 2011

Desabafo de uma mente criativa

Como vão, pessoas?

Já faz bastante tempo desde que eu realmente frequentava "com frequência" o meu espaço de Meu Deus. Sabia que minha tentativa de forçar minha mente a produzir histórias seria quase vã. Estou desanimada há um tempo, tanto pelo meu bloqueio quanto pelas coisas que recentemente aconteceram comigo. Tudo isso faz com que minha criatividade fique trancada cada vez mais. É tenso quando você tem uma brilhante ideia na cabeça, já com começo, meio e fim, tudo bonitinho, mas na hora H, nada sai. Cansei de fazer isso. Três ou quatro linhas é o máximo que consigo.

Antes, eu tinha uma "musa" que me ajudava e muito com meus pequenos desabafos emocionais, independente dos temas e gêneros. Há 6 meses eu a perdi e minha inspiração foi junto. Agora, estou em uma guerra civil comigo mesma para me tirar do fundo do poço. Contudo, fico feliz por ter amigos por perto, pois eles me ajudaram bastante a me reerguer. Devo dizer que foi, realmente, uma perda lastimável para mim. Sério! Mas graças à Peach, pude refletir bastante sobre minha condição.

Ela me deu dicas de como recomeçar, passo a passo, tudo na calma para que o "Tico e o Teco" não fossem sobrecarregados e eu surtasse de vez. As coisas na qual Peach me falou caíram tão delicadas na minha consciência quanto um elefante de 3 toneladas. Não que fossem ruins, mas mudaram muito o meu jeito de ser. Uma de suas celebres frases tiveram, para mim, o significado de: "se sua antiga inspiração foi embora, encontre uma nova". Ou seja, meus problemas antigos devem ficar no passado e nada é desculpa para que a criatividade tire férias. Com a graça e bom humor da Peach, eu finalmente estou tocando minha vida pra frente.

Nos últimos anos, criei personagens que hoje não consigo mais me desapegar. Eles estão lá, quietinhos em seus arquivos próprios, esperando uma nova oportunidade de serem utilizados novamente. Meu problema é dar o que eles precisam. Pedi ajuda e ela veio! Estou mesmo muito feliz em poder contar com minha querida e eterna amiga para o meu recomeço.

Inicio meu desbloqueio mental com drabbles aleatórias enquanto trabalho minha mente em uma LongFic em parceria com Peach! Se Deus quiser, ela vai exorcizar meus demônios de uma vez. Espero, de coração, que esse blog não morra, mesmo que ninguém leia, pois ele me serve de autoanálise. De forma indireta, posso ver o que se passa comigo mesma para resolver os meus próprios problemas.

Desculpem o desabafo sem sentido, mas eu precisava colocar isso em algum lugar e se ficasse como um simples arquivo no computador, na certa, iria para a lixeira.

Beijos a todos

PS: Peach, amo você minha ruiva tesuda. Obrigada por tudo. ;)


Agonia

Classificação e Gênero

- Original
- Drabble, K+

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Tema: Agonia

Sentada à janela, a ruiva olhava a rua deserta por causa da tempestade. Seu coração se comprimia a cada gota desprendida do céu, na mesma intensidade em que as lágrimas se desciam dos olhos claros. A mulher aguardava a volta de seu adorado guerreiro, na esperança de um dia poder tê-lo novamente em seus braços e construir a vida que tanto planejavam juntos. Os dias se passaram e a tortura aumentava, deixando-a sufocada. O desgosto lhe abatia e quando o bravo lutador enfim retorna ao lar, a ruiva jazia, para sempre, desfalecida sobre a janela, esperando o retorno do amado.


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Total de palavras: 100

julho 12, 2011

20.000 Léguas Submarinas

Classificação e gênero

- ORIGINAL

- G, One-shot, Angústia, Deathfic


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20.000 Léguas Submarinas

A noite passava tranqüila dentro do submarino espanhol, onde abrigava os novos marinheiros. Estavam a dois dias longe da família e o treinamento duraria até o dia seguinte, na parte da tarde, sendo dispensados à noite. Ravi sentia-se bem. Claro que o irmão fazia muita falta, mas sabia que não estava sozinho. Bruno, seu companheiro, supria parcialmente o vazio em seu peito com sua companhia extrovertida e espontânea, como Allan. Então, o aperto no peito, provocado pela saudade, era amenizado. Eram gêmeos idênticos e possuíam uma ligação tão forte que nenhum médico ou cientista podiam explicar.

Seu parceiro, alguns anos mais velho, ressonava profundamente na cama inferior do beliche enquanto isso admirava o pingente em forma de Sol em suas mãos, uma vez que o sono lhe abandonara. Um sorriso terno iluminou a face do loiro, um suspiro deixou seus lábios e o silêncio continuou a lhe fazer companhia. O pingente lhe fazia pensar no irmão, pois simbolizava o significado de seus nomes. Ravi, em árabe, era Sol e Allan, Lua. Dessa forma, com seu pingente e a Lua pendurada no pescoço do irmão, quando juntas, parecia um eclipse. E era dessa forma que considerava a união que tinha com Allan, um belo e prolongado eclipse.

Lembrar-se do irmão aquecia seu coração sempre e ficava a imaginar o que ele estaria fazendo durante o tempo em que estavam separados. Riu consigo mesmo quando algumas cenas da infância vieram à mente. A confusão que causavam no colégio ao tirarem proveito do físico semelhante era divertida e boa parte das vezes, os planos vinham do irmão. Quando se metiam em problemas, Allan era o primeiro a encarar os outros de frente, querendo proteger-lhe de qualquer ameaça e cumprir seu papel de “alma gêmea”. Uma lágrima solitária escapou do canto do seu olho. Servir à marinha tinha essa única desvantagem: separá-los e, muitas vezes, por tempo indefinido.

- Al... – murmurou saudosista e respirou fundo, controlando suas emoções.

Um solavanco violento assustou a todos dentro do submarino e despertou o pânico com o alto rangido a ecoar pelo veículo aquático. Ravi e Bruno saltaram da cama e vestiram-se pelo menos com a calça do uniforme no mesmo instante em que o alarme foi acionado e a luz vermelha de emergência piscava em todos os compartimentos. Isso só podia indicar problemas. A voz do capitão-tenente ordenava todos os homens a se porem em guarda e no meio minuto seguinte os marinheiros abandonavam suas cabines de descanso. Avisados de que havia uma ruptura no casco anterior, ganhavam profundidade rapidamente, na mesma velocidade que a água do mar invadia os compartimentos.

Aquilo não fazia parte do treinamento. As expressões de tensão e medo nas faces dos superiores indicavam isso. Ravi foi abatido por uma onda de pavor. Corria risco de morte. Allan ficaria sozinho. Seus pais lamentariam a perda de um dos filhos, justo o primogênito. Não! Não podia ser assim! Impossível! Levou a mão ao peito nu, cerrando os dedos em punho no colar, como se daquela forma pudesse se conectar espiritualmente ao gêmeo. Allan!

Saiu de seu transe quando o aspirante a almirante berrava em sua face para deixar de ser uma bicha medrosa e ajudar os companheiros a resolver o problema. Borrar nas calças não adiantaria em nada. Ravi fechou o semblante e empurrou o homem à sua frente como se ele fosse um impertinente qualquer e não alguém no qual devesse respeito. Ouviu uma leva de xingamentos, mas a voz no mais velho ficava cada vez mais distante. Precisava preservar sua segurança para proteger o irmão, acompanhá-lo na jornada da vida ao seu lado; deveria permanecer vivo para que Allan vivesse também.

Gritos de ordens, correria, pânico, alarmes, tudo se assemelhava a uma orquestra para receber a morte, que vinha em seu elegante traje negro, com sua inseparável foice nas mãos e o caminhar aristocrático, pronta para levar pelo menos setenta porcento dos homens apavorados. A água subia de nível em uma velocidade surpreendente. O que antes se limitava a uma poça, em menos de cinco minutos chegava às coxas dos membros da marinha, enlouquecidos a resolver o problema.

- 15.000 Pés! – alguém alertou.

Aproximadamente 4.600 metros de profundidade não era uma notícia animadora. Quando o treinamento dera início, a profundidade máxima que chegariam a alto-mar não passava de 3.000 metros, o equivalente a 10.000 pés de profundidade. A pressão externa, por causa da ruptura no casco, começava a amassar a lataria do submarino, provocando rangidos altos, roucos e sombrios.

- Fechem as portas! Impeçam a água de avançar nos controles! Quero um contato urgente com a costa! – os oficiais gritavam nervosos, quase desesperados. Não poderiam demonstrar pânico, ou os inexperientes se atrapalhariam e tudo estaria perdido definitivamente.

- Não há resposta, senhor! – pode ouvir alguém respondendo – Estamos muito fundo e os controles pifaram! A correnteza nos atirou contra um rochedo com uma colônia de corais.

- Fodam-se os corais, marinheiro! Tire-nos daqui!

- 20.000 pés e descendo! Estamos próximos do fundo, senhor! – avisou o mesmo homem de antes, agora em pavor.

Ravi arfou. Não acreditava que aquilo acontecia. Onde estava Bruno? Parou de correr e olhou ao redor, procurando pelo amigo e foi com o alívio que ele viera correndo em sua direção.

- Fuja!!!! – berrou ao segurar seu braço e o arrastar para fora dali.

Pode entender o que estava ocorrendo no minuto seguinte. Uma onda mortal tomava conta de todo o espaço e muitos eram pegos por ela, sucumbindo quase que instantaneamente. O espanhol gritou assustado e deu tudo de si para salvar sua vida, mas a água em suas pernas dificultava seus passos. O pior de tudo: pisara em falso, fazendo a junção do tornozelo se desencaixar, obrigando-o a parar e perder o equilíbrio. Bruno, na inércia, já havia passado pela porta de aço pesado, resistente o suficiente para bloquear a água, e a mesma se fechado quando se dera conta de que o companheiro não estava mais ao seu lado.

- Não!!! RAVI!!! – Bruno socou o ferro em desespero, vendo o loiro caído no chão e a onda vir impiedosa, através da pequena janela circular.

Ravi segurava o tornozelo deslocado, com os olhos fechados em dor e uma mão no pingente em forma de Sol, pedindo perdão ao irmão por ter fracassado e escolhido uma profissão que um dia os separaria para sempre. Quando expôs a íris azulada, deparou-se com a água forte, tendo tempo somente para soluçar choroso e murmurar:

- Adeus, Allan...


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